25.11.08

O prazer está mesmo ali ao lado.

Acendo um cigarro e apago a luz da sala. Carrego play no comando do gira discos, já sentado na poltrona favorita, e com um copo de whiskey na mão.
Fico quieto a ouvir uma ou duas músicas do Leonard Cohen, e a sentir os sabores e cheiros que se misturam naquela sala.
De repente oiço gemidos, pancadas surdas na parede, madeira a chiar, gritos, estalos ocos na carne de alguém.
Desliguei a música e fiquei a ouvi-los a punir os meus sentidos com a noção de sexo animalesco, mais um sabor adicionado à sala.
Sorri, apaguei o cigarro e dirigi-me à cozinha. Tirei duas garrafas de champanhe, peguei nas chaves de casa e uma caixa de preservativos.
Dei quatro ou cinco passos, bati à campainha, e com o descaramento de um boémio levei da minha sala todos os pensamentos para o quarto dos meus sexualmente activos vizinhos.
Assim se passou mais uma noite, nunca sozinho, quando não se quer estar sozinho.

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